domingo, fevereiro 15, 2009

O PATRIMÓNIO E AS BARRACAS

A proposta do Governo para regular a atribuição a privados da exploração de monumentos nacionais, é um verdadeiro atentado ao Património colectivo e não passa de uma tentativa de desresponsabilização de um executivo que tão mal tem cuidado e gerido o nosso Património histórico.

Já tinha aqui manifestado a minha incomodidade perante a actuação de Pinto Ribeiro, enquanto ministro da Cultura, e confessado o meu receio de que a sua missão fosse mesmo esta, de concessionar ou mesmo alienar o património. Pelos vistos tinha interpretado bem os sinais que ele foi dando.

Não posso deixar de criticar abertamente a tentativa de tentar desvalorizar a importância da nossa memória colectiva, utilizando argumentos perfeitamente deslocados como, “as praias são de domínio público, mas são concedidas a privados quando fazem a exploração de barracas e toldos”, como afirmou Pinto Ribeiro em sede de comissão parlamentar.

O senhor ministro devia explicar porque é que não faz obras de manutenção onde é necessário, e olhe que nem é preciso procurar muito, porque a explicação deve ser “edificante”. A asfixia dos serviços é um problema que o senhor não pode invocar, porque já afirmou que queria fazer mais com menos dinheiro, embora não fizesse a mínima ideia das necessidades do sector.

Se eu fosse primeiro-ministro, demitia-o, prestando assim um favor à nação, porque está visto que pelo seu pé não sai da “Real Barraca” da Ajuda.



««« - »»»
Reflexão

««« - »»»
Fotos e Natureza
Mayfly
Lambert

8 comentários:

  1. É lamentável que o nosso património histórico, a memória colectiva de um povo com mais de 850 anos de História, esteja a degradar-se de tal maneira que corra o risco de desmoronamento.Li, há pouco tempo, um artigo sobre a ameaça de derrocada da Janela Manuelina da sala do Cápítulo do Convento de Cristo em Tomar e fiquei arrepiada. O mesmo acontece com a degradação de outros monumentos, marcas indeléveis da nosso passado.
    Património natural e património histórico são incomparáveis embora devamos desenvolver atitudes de respeito para com um e outro mas a preservação deste é uma obrigação exclusiva do Estado. E muito mal vai aquele que não é capaz de o preservar. Não ter passado hipoteca o futuro.Ai a crise! Económica, social, de valores...
    Bem-hajas, Guardião!

    ResponderEliminar
  2. Concordo com o escrito e é realmente lamentável tal degradação.
    Obrigado pela sua visita e suas palavras e a exposição é sem duvida mto boa.
    Cumprimentos,
    Nuno

    ResponderEliminar
  3. Infelizmente, contra a estupidez não há argumentos e assim vão (des)governando...

    Fica bem,
    Miguel

    ResponderEliminar
  4. Guardião
    Quando não se respeita o nosso património, história e raízes que hasteamos com orgulho, que será mesmo que a gente respeita? Ah, já sei: os Bancos e as suas sedes. Cultura da época presente para a qual devemos contribuir arduamente.

    Adorei o cartoon de Robin dos Bosques.

    Abraço

    ResponderEliminar
  5. Meu caro, o problema acho que não se chama Pinto Ribeiro antes a quase sistemática política de alheamento e algum "show of" que sucessivos Governos devotam à causa do Património!

    ResponderEliminar
  6. lol..mais vale pensar em robin wood's...

    boa semana!

    ResponderEliminar
  7. Estamos numa politica de deixa andar, que o meu negócio é o bolso cheio...
    Bonitas imagens.
    Um abraço e bom carnaval

    ResponderEliminar