quinta-feira, janeiro 08, 2009

O MEU MAU HUMOR

Acho que devo pedir desculpas aos meus leitores pelo último post, que um bocadinho ao arrepio do que é meu costume, pisou o risco que me propus não ultrapassar num espaço desta natureza.

A televisão tem um botão para se desligar, e eu se não estava com disposição para ouvir o entrevistado bem podia ter simplesmente desligado a dita. Isto, porém, não invalida a minha ira relativamente à política, ou aos seus intérpretes que só desacreditam uma nobre actividade.

José Sócrates veio admitir a recessão e as suas nefastas consequências muitos meses depois de tudo isso ser uma evidência. A crise começou a ser evidente em Setembro de 2007, nos EUA, depois em Setembro de 2008 a Europa quase toda admitia que a os próximos tempos iam ser muito maus e de recessão, e o senhor 1º ministro só o admitiu no final do ano de 2008, depois de ter apresentado um Orçamento de Estado que está completamente desfasado da realidade.

O optimismo do responsável pela Economia em 2008, foi uma verdadeira anedota, o que aliás já vem sendo um hábito neste personagem, o responsável das Finanças também meteu o optimismo no bolso e ainda evita pronunciar-se, não vá alguém repescar o que disse há poucos meses sobre a saúde da nossa economia.

Faltava agora o “muito bem pago”, para não dizer exageradamente remunerado, governador do Banco de Portugal, aquele que estava a Leste das falcatruas dos bancos que devia supervisionar, vir a lume dizer que “a vida vai sorrir aos empregados” este ano e no próximo, devido a factores que ele obviamente não controla. A propósito a vida a ele vai sorrir muito mais do que a mim, e certamente a si que me está ler.

O desemprego vai aumentar, e muito, e isso só é novidade no discurso do governo, porque a oposição em peso já tinha alertado para o problema, responsáveis pela segurança e peritos nessa matéria já o tinham mencionado, as entidades que lidam diariamente com a pobreza que aumenta a olhos vistos também já tinham manifestado os seus receios.

O meu mau humor é devido a tudo isto, e ao facto de não conhecer medidas concretas para enfrentar esta crise, que me deixem alguma esperança quanto ao futuro próximo. Não falo dos bancos, não me importa o novo aeroporto ou o TGV, não me rala o novo Magalhães, eu quero é perceber como é que o Governo pretende enfrentar esta situação, e isso ainda é uma incógnita quase que absoluta.

10 comentários:

  1. Estás desculpado, mas que isso não volte a repetir-se!
    Olha, mas sabes que mais?! Acho que o humor, bom ou mau, deve fazer parte do quotidiano.
    Um abraço maligno

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  2. Meu caro amigo, não sabe nem vai saber!
    Mas na realidade sabe porque vai ficar sem resposta: - Porque ele (que governam) não fazem a mais pequena ideia de como a ultrapassar!
    Eles apenas têm uma certeza, o pais acabará por ser arrastado porque não tem peso para remar ou se segurar.
    Não adianta contrariar a lei da gravidade, pois asas não temos e mesmo tendo um ou outro motor, não temos gasolina para os alimentar.

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  3. Querido Amigo, não sabes nem vais saber, nem eu, nem ninguém... Porque eles próprios não sabem... E o Povo que se lixe... É o que eles pensam neste momento...
    Um grande abraço de carinho,
    Fernandinha

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  4. Desculpas? Eles têm sempre o dito virado para nós, pelo que a imagem é m,uito real. Não vais saber, mas não te rales porque eles também não sabem e isto vai dar uma grande caldeirada.
    Lol

    AnarKa

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  5. eu não ouvi a entrevista ...

    simplesmente não consigo nem ouvir a voz dessa personalidade ...

    entendo e subscrevo a tua raiva/revolta ....


    beijinhos

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  6. nem precisa de pedir desculpa, tem alturas que as coisas devem ser tratadas assim. E muito bem.

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  7. Caro Guardião,

    Desabafar também faz bem à alma.
    Não vi a entrevista e pelos vistos não perdi nada. Afinal é cada vez mais do mesmo. Que esperavas?

    E a campanha eleitoral também já a começar, não é?

    Um abraço

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  8. O governo quis disfarçar esta recessão até ao limite, para não ter de enfrentar o julgamento popular. Enganou-se, na medida em que o povo já sentia claramente há muito tempo todos os malefícios desta crise.

    Um abraço

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  9. Guardião
    Amigo, eu estou contigo e por isso nada tenho a desculpar-te. Não vi a entrevista porque ando enjoada/enojada do marketing político do poder. Os factos falam por si e de que maneira o fazem. Os mais de 100 mil empregos perdidos e as dificuldades acrescidas que enfrentam muitas famílias. Tudo isto a par do despudor extremo em que se exibem fortunas vindas do nada que crescem e se multiplicam através da corrupção e do tráfico de influências.

    Não, Guardião, não peças desculpa. Eles é que passaram há muito dos limites.

    Abraço

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  10. Um homem não é de ferro, né? Este humilde cata-vento não vê televisão mas ouve e segundo o vento lhe contou nada de novo se ficou a saber.
    O que está para vir não é bom, já disso tínhamos conhecimento, mas que medidas estão a ser tomadas para combater o inimigo é que, por enquanto, são desconhecidas. Medidas concretas precisam-se!
    Um abraço, uma espécie de pazada, que é só o que um cata-vento pode oferecer.

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