sexta-feira, abril 11, 2008

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Até chegar à reforma trabalhei por conta de outrem em diversas actividades, no sector privado e na administração pública, como subalterno e com funções de chefia intermédia, lidando com diversos tipos de altas chefias. Durante trinta e oito anos lidei com diversos tipos de pessoal e de chefias, e pelo que pude constatar, os defeitos de gestão dos recursos humanos não foram sendo corrigidos, pelo contrário, agravaram-se.

Os maiores problemas que enfrentei foram naturalmente enquanto chefia intermédia, e prenderam-se essencialmente com problemas organizativos, falta de planeamento e ausência de diálogo. Em regra, o patrão ou a hierarquia mais elevada, em Portugal, decide sem consultar quem está no terreno, e quando comunica a decisão quase nunca está disposto a dar, nem sequer a ouvir da parte de quem irá executar, os meios necessários para a realização das tarefas. Querem o trabalho feito e as dificuldades apresentadas são sempre consideradas má vontade e resistência injustificada à mudança. Desenrasquem-se, é a palavra mais pronunciada.

No terreno há condicionantes que no planeamento teórico e primário não existem. Férias, doenças, avarias e outros factores inerentes a cada actividade, nunca são devidamente ponderados, e com políticas de redução do pessoal à sua expressão mínima, não deixam margem de manobra para a produção. Nos últimos 15 ou 20 anos optou-se pelo recurso aos contratos a prazo, e o tempo de aprendizagem e de integração também não entra na equação de quem realmente manda.

Claro que somos sempre confrontados com o valor dos custos do trabalho, mas ninguém parece perceber os custos, talvez menos visíveis para quem não conhece a realidade por dentro, que são ocasionados pelo aumento do stress acumulado por equipas sobrecarregadas de trabalho, pela menor produtividade do pessoal a prazo, quer por inexperiência quer por falta de estabilidade laboral. O estímulo é nulo, as tensões aumentam e a falta de diálogo desmotiva e enfraquece a coesão das equipas.

Temos muito a aprender com os métodos e o planeamento cuidadoso e participado que é uma norma observada pelas empresas estrangeiras, quer no Oriente quer no Norte da Europa.


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Fotos de Autor(a)

Horizontes por Fernanda



Pico por Fernanda


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Humor dos States


Tab (Thomas Boldt)


John Cole


M. e. Cohen

10 comentários:

  1. Olá querido amigo, lindo, lindooooooooooo, nem queria acreditar quando ao abrir o teu blogue li com muita atenção, como é meu hábito e quando cheguei ás fotos fiquei a olhar, com cara de parva... Obrigada amigo do coração... Sinto-me muito honrada, por as minhas fotos estarem postados no teu blogue...
    Bem-hajas querido amigo pela surpresa... Adorei!!!
    Muitos beijinhos de carinho,
    Fernandinha

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  2. Temos muito a aprender com outros países, constatamos nós os que no terreno nos debatemos com as dificuldades que não conseguimos ultrapassar porque as altas chefias não experienciaram essas situações que referes e por isso não as prevêem. Falta-lhes a vivência no terreno para o qual foram designados para orientação máxima. Quanto às fotografias são lindas. Do humor, excelente.
    Beijinhossss

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  3. Organização e definição de tarefas e de responsabilidades, isso é que era bom, e os chefes tinham que arcar com os seus erros? Só em sonhos.
    Boas fotos e humor.
    Bjos da Sílvia

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  4. Olá meu querido, passei para te desejar um bom fim de semana...
    "Que tal ires até á praia, apanhar uns banhos de Sol..."
    Muitos beijinhos de carinho e amizade.
    Fernandinha

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  5. Porque será que só aprendemos o que não devemos ignorando olimpicamente as coisas boas que se fazem noutros lugares?
    Adorei os cartoon´s..
    Abraços

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  6. Depois de o ler atentamente e ante o remate final fiquei com uma dúvida: "e será que queremos aprender?"

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  7. Pétalas de uma linda flor são todos os momentos, pessoas, paixões, sentimentos que iluminam os meus dias!
    Agora sou uma TULIPA.

    Beijinhos, querido Amigo.
    Bom fim de semana.

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  8. As fotos estão muito bonitas e quanto ao tema do post, pois também o sofri na pele!
    Feliz final de semana.

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  9. Curiosamente, à medida que ia lendo o seue scrito, ia-se-me prefigurando um modelo de gestão muito utilizado na Suécia e na Noruega, pelo menos.
    Chamo a esse tipo de gestão participada, com a auscultação ponderada dos elementos da cadeia da empresa, gestão inteligente!

    Claro que não se pode esperar esse comportamento da esmagadora maioria dos empregadores portugueses, embora haja excepções com toda acerteza. E essas excepções hão-de ter melhores resultados, não duvido.

    Bonecos giros!

    Cumps e bom fds.
    Jorge P.G.

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  10. Caro Guardião,
    Na minha actividade profissional, estudei e tive ocasiões de aplicar aquilo que se resumia: estudo planeamento, coordenação e controlo, tudo envolvendo a preparação da decisão e das posteriores decisões parcelares exigidas pelos resultados do controlo. Ao ler o seu post, ia-me arrepiando com a ausência de conhecimentos de dirigentes que usam o método do «quero, posso e mando».
    Lá fora há lições que bem devíamos aprender.
    Há pouco tempo, talvez um par de anos, um empresário espanhol montou, em Trás-ps-Montes, uma empresa de exploração de granito. Entrevistado pela TV foi-lhe perguntado o volume de emprego que ia criar na região. Respondeu que ia empregar mais de duas centenas de trabalhadores, mas que eram todos espanhóis. O entrevistador fez o reparo de que isso lhe ia ficar muito mais caro do que se empregasse portugueses da região. Ele respondeu, que o volume de despesa com pessoal seria superior mas a maior produtividade compensava de longe.
    As nossas empresas não se preocupam com a formação do pessoal e este desenrasca-se com o seu improviso, sem produtividade.
    Um abraço
    A. João Soares

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