quinta-feira, setembro 06, 2007

MODERAÇÃO SINDICAL?

Hoje devo estar doidinho por levar porrada.
Ao ler o editorial do DN de ontem e as notícias de vários outros órgãos de comunicação social, escrita e falada, confesso que fiquei zangado.
A moderação sindical de que se falou, foi a proposta inicial do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, que propõe aumentos para 2008 de 3,5%. Esta proposta, realista segundo alguns comentadores, deriva do valor de 2,3% da inflação prevista pelo governo, acrescida de 1,2% que é o ganho de produtividade global previsto pelo próprio executivo.
Esta é a proposta desta estrutura sindical, e há outras também representativas dos trabalhadores da função pública, pelo que é extemporânea a apreciação. Para ser realista, a própria proposta é irrealista e acarreta um truque que é abordado no DN, que é a componente variável (prémios), que beneficiarão quase que exclusivamente os altos quadros da Administração Pública.
As contas feitas por António Perez Metello a que diversos aludiram, de que as perdas reais dos funcionários públicos desde 2000 serão no máximo de 10,3%, também não correspondem à verdade, pois o factor de congelamento da maioria dos concursos e das promoções foi subestimada. Ainda subestimada está a reestruturação das carreiras e a progressão nas mesmas, que pode, e vai com toda a certeza, diminuir as espectativas de por essa via poder haver algum ganho para os trabalhadores.
Sabendo-se que o governo aponta para aumentos de apenas 2%, não é segredo nenhum, a proposta agora conhecida não é uma base negocial credível, mas sim o mínimo exigível depois do sacrifício pedido nos últimos anos. Mesmo assim há quem fique prejudicado, pois independentemente do seu empenho, avaliação e produtividade, nunca poderá aspirar aos prémios pecuniários que foram anunciados, e aqui encontram-se a maioria dos funcionários, mais de ¾ do total.

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Fotografia
Mona Grundsøe

Jørgen Dam

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Humor Francês

Ranson

Bauer

9 comentários:

  1. A dependência política dos sindicatos não serve os interesses dos trabalhadores. A proposta do SQTE defende corporativamente os seus associados à espera dos tais prémios, esquecendo que os subordinados não vão ter grandes possibilidades de sequer poderem pensar nessa hipótese.
    Lol

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. isso ainda vai dar pano para mangas...

    cp's

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  4. As propostas sindicais valem o que valem porque nunca são levadas a sério.
    Nos últimos anos (e por últimos não se leia apenas estes dois mais recentes) a coisa costuma passar po chegar-se à mesa das negociações e declarar: o Governo oferece 0,5% e a Nação não aguenta pagar nem mais uma décima!!!
    É inegável e inquestionável que existem sectores da Função Pública com perdas assinaláveis de poder de compra (a Administração Local em toda a sua estrutura não dirigente é um bom exemplo), mas a realidade é que ainda hoje muitos são os que entendem que a Função Pública ganha demais.
    Prémios?
    Só para o topo da hierarquia?
    E aos prémios os dirigentes ainda vão juntar as despesas de representação?

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  5. Eu seria a favor dos sindicatos se eles fossem independentes, como seria a favor do partido "Verdes", se eles fossem independentes, não me parece que este tipo de sindicalismo seja o mais favorável para o trabalhador, imaginem, na minha antiga empresa os aumentos desde à sete anos foram de 0%.

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  6. Dependendo da cor os sindicatos cedem ou não às imposições do patrão Estado. Negociação na Função Pública? Deves estar a gozar, amigo.
    Saudações

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  7. Gosto de passarinhos mas...detesto mochos!!!

    ;-)

    Abraços!******

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  8. Caro Guardião,
    A capacidade negocial sindical, em particular na função pública, anda como tudo o que possa conjugar-se com o nome "público"...nos nossos dias.
    São muito relevantes os elos de proximidade e dependência do poder.
    O heroísmo é difícil e ter voz tem os seus custos...
    A grande maioria desses "sindicatos" são meros "centros do poder possível" dentro do centro de poder do Estado...
    Adorei o passarinho, mas também o mocho. Que porte majestático !
    Beijinhos, meu querido amigo
    Maria

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  9. %%%%%%%%%%%percentagens?
    não necessito de números nem de percentagens para concluir se estou melhor ou pior, as contas cá da casa é que contam: a coisa está preta!

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