quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O QUE NÃO SE DIVULGOU


Todos os órgãos de comunicação social fizeram eco da manifestação de apoio do Ecofin à política de disciplina orçamental de Teixeira dos Santos, apesar de algumas advertências.
As declarações optimistas do ministro também foram largamente divulgadas, sendo que nas televisões as perguntas foram sempre as mesmas não criando qualquer embaraço ao ministro que deu o aspecto de estar cansado.
Quase todos passaram ao lado dum facto, que só vi aflorado no DN de 27/02, que Portugal se encontra com níveis elevados de pobreza e condições difíceis no mercado laboral. Para estas constatações e evidências, Teixeira dos Santos adoptou uma atitude de rejeição dizendo que estes problemas não foram causados pelo esforço no controlo do défice.
É difícil aceitar isto que o ministro ensaiou, pelo que tentou uma ligeira correcção acrescentando que a execução orçamental teve alguma influência, mas que o sector privado teve muito mais influência para estes indicadores.
Corrija-se o senhor ministro. O exemplo da contenção salarial partiu do Estado que, dizia-se então, estava a lançar um sinal aos privados.
O (mau) exemplo foi dado pelo ministro das Finanças e os patrões agradeceram, portanto não venha agora o governante lavar as mãos, como Pilatos atirando para os lados a sua responsabilidade no assunto.
Hoje há trabalhadores, infelizmente bastantes, que são pobres e muitos outros que estão no limiar da pobreza. Não se esconda a verdade.


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Foto

S116-E-07106 (19 Dec. 2006) --- Backdropped by the blackness of space and Earth's horizon, the International Space Station moves away from Space Shuttle Discovery. Earlier the STS-116 and Expedition 14 crews concluded eight days of cooperative work onboard the shuttle and station. Undocking of the two spacecraft occurred at 4:10 p.m. (CST) on Dec. 19, 2006. Astronaut William A. (Bill) Oefelein, STS-116 pilot, was at the controls for the fly-around, which gave Discovery's crew a look at its handiwork, a new P5 spacer truss segment and a fully retracted P6 solar array wing. During their stay on orbital outpost, the combined crew installed the newest piece of the station's backbone and completely rewired the power grid over the course of four spacewalks.

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Cartoon

terça-feira, fevereiro 27, 2007

56,5M€ PARA PROMOÇÃO DO TURISMO

Foi anunciada a maior campanha de sempre, no exterior, do turismo português.
O anúncio diz que a promoção “reflecte uma grande aposta na imagem do turismo, sector com grande importância estratégica” no conjunto da economia nacional.
Os objectivos são ambiciosos pois um aumento anual de 5,8% no número de turistas é obra.
A variedade de produtos a promover é grande e, entre eles encontramos o turismo cultural e paisagístico o que nos agrada particularmente. Há apenas um pequeno (?) problema para o qual não temos visto qualquer resposta ou simples promessa. Falo na conservação do Património e no apetrechamento dos quadros do pessoal dos Museus, Palácios e Monumentos.
Milhares de milhões de euros, foi o que anunciaram para a promoção, podem ser inúteis, se no campo do turismo cultural tivermos para oferecer museus e monumentos que fecham inesperadamente no período de almoço por falta de pessoal, ou se tivermos para mostrar Património pouco cuidado ou com sinais de degradação evidente.
Esperemos que este esforço feito com os nossos dinheiros, dos contribuintes especialmente, seja acompanhado por políticas de defesa do Património coerentes e eficazes.

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MUSEU DO CHIADO EXPÕE COLUMBANO
O Museu do Chiado, em Lisboa apresenta uma exposição intitulada “Columbano Bordalo Pinheiro 1874-1900″. A exposição, que estará patente até Maio, assinala os 150 anos do nascimento do pintor, apresentando 90 obras, entre pintura e desenho, onde predominam o retrato e a composição de cenas quotidianas da burguesia portuguesa.
Auto-retrato sem data, óleo sobre tela 92 x 69 cm Museu do Chiado Lisboa, Portugal

Grupo do Leão 1885, óleo sobre tela 200 x 380 cm Museu do Chiado Lisboa, Portugal

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Cartoon

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

VALE A PENA

Exposição Jacopo Tintoretto em Madrid
O Museu Nacional do Prado organiza a exposição “Jacopo Tintoretto (1518-1594)”, a única monográfica desde a realizada em Veneza em 1937, e a primeira antológica dedicada a Tintoretto em Espanha.Data de início/Data de fim: 30/01/07 - 13/05/07
Lugar : Museu do Prado

Christ at the Sea of Galilee c. 1575-80; Oil on canvas, 117 x 168.5 cm; National Gallery of Art, Washington


St. George and the dragon c. 1555-58; Oil on canvas, 157.5 x 100.3 cm; National Gallery, London


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Dana Summers, Orlando, FL, The Orlando Sentinel

domingo, fevereiro 25, 2007

A MÁ POLÍTICA

Serei sempre suspeito, já que voto normalmente em branco, ao falar da (má) qualidade dos nossos políticos, mas é um tema incontornável para quem assiste a este autêntico Carnaval da política portuguesa.
A situação na Câmara de Lisboa é um dos casos onde parece que quase todos têm culpas no cartório, pelo menos atendendo às notícias de acusações cruzadas vindo de diversos quadrantes. A barafunda é total, ninguém se entende, não é evidente que alguém esteja muito interessado em provocar eleições antecipadas e no entanto os casos vão-se multiplicando.
Como é hábito na política de baixa qualidade, as acusações começam a estender-se por outras câmaras dominadas por outras cores partidárias. Salvaterra apareceu no mapa das suspeitas, Coimbra também já começou a ser notícia, já para não falar dos casos mais antigos ainda embrulhados em processos de investigação ou arrastando-se pelos tribunais.
As empresas com capitais públicos também não escapam aos seus escândalos, ora por demissões com direito a indemnização e posteriores admissões na porta ao lado com melhores salários, ou por adjudicações sem respeito pelas regras e derrapagens de custos e preços inflaccionados.
No governo também começam a surgir trapalhadas de ministros, cada vez mais difíceis de gerir, como na Saúde ou promessas que obviamente não passaram disso mesmo, como a criação de empregos que é o contrário da realidade em que o desemprego aumenta.
Governo e oposições parecem estar a participar num Baile Trapalhão.

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Foto
Viagens


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Dan Reynolds

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

ZECA AFONSO - 20 ANOS

OS VAMPIROS
No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

BALANÇO DE DOIS ANOS DE “SOCIALISMO”

Apesar de toda a máquina de propaganda do governo socialista, e dos discursos proferidos pelos seus convidados a enfatizar a obra e os projectos sob encomenda.
Um relatório da Comissão Europeia sobre protecção e inclusão social/2007, desta semana revela, sem margem para dúvidas, que Portugal é dos países com menos justiça social da UE-25. As despesas com a protecção social são percentualmente das mais baixas, e a taxa de risco de pobreza após transferências sociais e as desigualdades na distribuição dos rendimentos são das mais elevadas.
A acrescentar a este panorama, temos taxas de abandono escolar altas, níveis de escolaridade baixos e um envelhecimento demográfico a subir perigosamente. Na economia diz-se que é estruturalmente débil, com um modelo de desenvolvimento assente em actividades não especializadas e de mão-de-obra intensiva, de baixos salários e com empregos de pouca qualidade, indutora de baixos níveis de produtividade e de elevado número de trabalhadores pobres. Também há uma referência ao elevado número de pessoas a trabalhar com contratos a prazo ou por conta própria e à baixa taxa de formação profissional ao longo da vida.
O aplauso sobre a reforma da segurança social é baseado na informação do governo pois só pode ser aferido dentro de alguns anos, embora comece desde já a penalizar quem se reformou recentemente e quem se vier a reformar no futuro. As recomendações para a saúde têm tido como resposta do governo o fecho de urgências, maternidades e centros de saúde, que obrigam a maiores deslocações dos doentes com os prejuízos daí decorrentes, como aliás já se viu.
Resta-nos uma constatação, isto acontece com um governo socialista, olha se não fosse socialista…

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Fotos ainda do Carnaval Por cá
Lá fora
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Lol

terça-feira, fevereiro 20, 2007

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

VERGONHA NA CULTURA

O facto de terem sido obrigados a trabalhar, apesar da tolerância de ponto decretada pelo governo, causou a indignação dos vigilantes-recepcionistas, os únicos funcionários dos palácios e monumentos abrangidos pela ordem. Isto, visto por quem desconhece a realidade pode parecer incompreensível, pelo que explicamos a situação.
Estes funcionários lutam por horários de trabalho, que não estão consagrados em documento legal, mas, apesar de a lei os remeter para o horário das carreiras comuns da função pública ou seja 35 horas semanais de segunda a sexta-feira, são obrigados a trabalhar aos sábados, domingos, feriados e tolerâncias de ponto.
O Ministério da Cultura recusa-se a discutir e a publicar horários especiais para estes profissionais, discriminando-os em relação a todos os colegas da mesma categoria que não cumprem estes horários e auferem vencimentos absolutamente iguais. O ministério não só comete uma ilegalidade pela omissão, como também manifesta total desprezo pelos funcionários que garantem grande parte das receitas próprias do ministério.
Há poucos inocentes neste problema, porque ao autismo e autoritarismo do MC, temos ainda a conivência ou cobardia da direcção geral, o IPPAR e a colaboração dos directores dos serviços. As palavras podem parecer fortes mas, o simples facto de a ordem para se trabalhar na terça-feira de Carnaval ter sido verbal e ter existido a recusa de a verter por escrito demonstra a má fé destes intervenientes. É obrigatório sempre que solicitada, a ordem por escrito, conforme dita o Código do Procedimento Administrativo. A cadeia hierárquica, sempre muito corajosa quando fala para os subordinados, escuda-se cobardemente na obrigatoriedade de se cumprirem a ordens dadas, ainda que verbais, sob pena de por incumprimento haver a hipótese de ser levantado um processo disciplinar contra o funcionário. A reclamação é admitida à posteriori.
Reclamar para a mesma hierarquia que deu a ordem, os mesmos que lhe darão a classificação do desempenho?
O “garantismo” de que falam uns quantos senhores desconhecedores das realidades, está à vista – é um privilégio de quem está no poder, ou com o poder.

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Foto
Carnaval
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Pouca diferença

domingo, fevereiro 18, 2007

PATRIMÓNIO CARNAVALESCO

Vigilantes sem tolerância de ponto
Monumentos abertos, funcionários sem receber?


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Cartoon

Eles e elas

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A CULTURA É UM CARNAVAL

Eram seis da tarde e verifiquei que tinha 6 mensagens de pessoal de palácios e monumentos, que me pediam que denunciasse uma situação igual à do Carnaval de 2006. A situação resume-se em poucas palavras, apesar da tolerância de ponto decretada por José Sócrates para todos os funcionários e agentes da administração central, alguns funcionários dos monumentos e palácios foram contactados verbalmente no sentido de terem de ir, obrigatoriamente, trabalhar na terça-feira de Carnaval. Quando os funcionários em causa, os vigilantes entenda-se, pediram que a ordem fosse dada por escrito já que contrariava o que tinha sido determinado pelo primeiro ministro, receberam diversas respostas evasivas, chegando-se a afirmar que o presidente do IPPAR não estava no Palácio da Ajuda pelo que a ordem dada verbalmente chegava.
Discutir se os monumentos e palácios devem estar abertos nesta data, é uma discussão condenada à partida pois estes funcionários pugnam há mais de uma década pela discussão e publicação dos seus horários de trabalho, e a tutela nem se digna a responder. Na ausência de horários de trabalho, diz a lei, regem-se pelo horário das carreiras gerais, a que aliás pertencem, e portanto não devem nem podem ser discriminados nesta tolerância, pois já basta terem de trabalhar sábados e domingos, o que já está para além da sua obrigação.
Uma tolerância de ponto, como aliás explica José Sócrates, não pode ser equiparada a um feriado, que é considerado trabalho extraordinário, pelo que não pode ser remunerada como tal.
Pergunto eu, e perguntam os vigilantes dos monumentos e palácios, nestas condições porque é que os responsáveis pelos serviços insistem em ordens verbais, recusando-se a vertê-las por escrito como legalmente lhes foi solicitado? Persistirá a arrogância de quem por força dos cargos que ocupam, ou valerá mais a legalidade instituída?
Quantos destes senhores, que deram a ordem e se recusam a colocar por escrito, vão trabalhar na terça-feira de Carnaval?

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Sugestão cultural
Sinalética imaginativa


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O aquecimento cultural



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Fotos


A lava




A escrita

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

POLITIQUICES

Em geral, quando sou chamado a votar em eleições para órgãos políticos, costumo votar em branco por não me identificar minimamente com a classe política que temos. É um direito que me assiste e também um sinal de protesto contra os concorrentes.
No passado dia 11 fui votar no referendo por ser uma forma de participação directa onde, julgava eu, não estava a apoiar nenhum dos partidos, mas antes a tomar uma posição cívica manifestando a minha opinião favorável à despenalização do aborto, sobre a qual a AR não tinha legislado nesse sentido embora o pudesse ter feito.
Legalmente este referendo e o anterior, devido à abstenção não tiveram poder vinculativo, pelo que em termos estritamente legais a situação está exactamente como estava há vários anos. Podemos argumentar que houve uma mudança no sentido do voto, que a diferença entre as opiniões é agora mais clara, ou que votou mais gente, mas nada altera o que está previsto para o instituto do referendo.
Embora tenha votado convictamente no SIM, manifestei desde o princípio a minha discordância quanto à participação dos partidos, enquanto tais, na campanha do referendo. Tinha razão quanto aos meus receios, pois fiquei furioso quando ouvi dirigentes partidários a reclamarem vitória após terem sido conhecidos os resultados.
A vontade popular, agora é apropriada por partidos e o assunto vira palco de guerras partidárias onde o que conta mais é o protagonismo que a discussão possa trazer às discussões na feitura e regulamentação das leis, que deviam apenas traduzir a opinião expressa.
Não me esqueço, não posso nem quero, que estes senhores e senhoras já podiam ter legislado neste sentido, pois manifestaram (os partidos) maioritariamente estar de acordo na despenalização das mulheres que abortam, tudo o resto era apenas o combate à ilegalidade do aborto clandestino e o bom senso de ajudar social e psicologicamente quem se vê perante o problema de optar pelo aborto como única solução.

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Foto
Luxor, Egypt (map), 2002
Photograph by Nancy GuptonFrozen in time, a pink granite woman stands watch over an entrance to the enormous Temple of Amun at Karnak. Believed by some to be Ramses II's Queen Nefertari, the carving is part of a much larger colossus.Sprawling over about 250 acres (101 hectares) near the city of Luxor, the temple complex of Amun at Karnak is the largest ever built. It was rebuilt and adorned by generation after generation of pharaohs. The oldest remains found date to before 1600 B.C.


Cartoon


Jogos perigosos

Petar Pismestrovic, Kleine Zeitung, Austria,


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Pintura realista em 3D

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O CUSTO DO TRABALHO

Quando somos constantemente bombardeados com estudos e recomendações de organismos internacionais, e opiniões de especialistas nacionais que alertam para o custo da mão-de-obra nos sectores produtivos e, por consequência no preço final dos produtos, importa saber do que falam exactamente.
Tirando a afirmação do ministro Pinho que salientou o baixo custo da mão-de-obra portuguesa, embora no local onde menos era conveniente, todos têm batido na mesma tecla, e até José Sócrates para se explicar do deslize de Pinho, veio dizer o mais espantoso, que ele se refria apenas aos mais especializados.
Para aclarar as águas, demasiado turvas para o meu gosto, vejamos a realidade do nosso país:
- Os operários em Portugal auferem vencimentos inferiores aos seus colegas espanhóis, melhor dizendo pouco mais do que metade. Passando para lá dos Pirinéus a diferença é ainda maior, sendo que os operários franceses ganham cerca de três vezes mais do que nós em Portugal.
- Falando de engenheiros, médicos e professores, portanto mão-de-obra especializada, temos um panorama muito diferente, os médicos espanhóis estão (em termos de vencimentos) ao nível dos nossos, os engenheiros idem e os professores até ganham mais por cá. Como se engana o nosso 1º ministro!
- Também podemos falar dos gestoresde empresas públicas e privadas, os primeiros ganham mais por cá, se tivermos em linha de conta as mordomias associadas ao cargo, já quanto aos privados, se excluirmos os prémios, estão ligeiramente atrás dos colegas espanhóis.
Conclui-se portanto, que José Sócrates errou na explicação que forneceu para as palavras de Pinho e que o eventual peso do custo da mão-de-obra portuguesa nos produtos é devida não aos parcos vencimentos dos operários portugueses, mas sim a outros custos, que nem empresários nem o governo discutem publicamente.

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Fotos
Arte


Derreto-me a rir



Cartoon


Harry Harrison, The South China Morning Post, Hong Kong

terça-feira, fevereiro 13, 2007

AINDA O PALÁCIO NACIONAL DA PENA

Tendo surgido algumas perguntas pertinentes sobre a anunciada passagem deste palácio para o domínio da empresa Parques de Sintra – Monte da Lua, devo afirmar que já é dada como adquirida a passagem, embora oficialmente ainda nada tenha sido confirmado, pelo Ministério da Cultura ou pelo IPPAR.
O artigo do Público é a única referência concreta ao assunto, e lá não vimos nenhum desmentido do director do Palácio Nacional da Pena e apenas se pronuncia nesse sentido um gestor da dita empresa. Não é normal que tudo esteja a ser feito nas costas dos trabalhadores daquele serviço, e que eles sejam os últimos a saber o que está a ser preparado. Isto é uma originalidade que confirma a ausência de diálogo por parte do governo, no caso por parte do MC.
Nos dois documentos disponíveis na rede, que pretendem ser a versão final da lei orgânica do IGESPAR,IP, nada indica expressamente que a passagem se venha a efectivar, embora o contrário também não seja líquido. Este novo instituto prevê, isso sim, a transferência para a tutela do IPMC,IP, de alguns serviços actualmente dependentes do IPPAR, deduzindo-se que sejam todos os que a lei orgânica não menciona.
Não acho que isto sossegue quem presta trabalho no Palácio Nacional da Pena, pois todos sabem que a empresa PS – ML sem as receitas provenientes das entradas no palácio está condenada à falência, e que o Ministério da Cultura onde paira a penúria, gosta de fazer figura de rico, podendo dispensar-se de arrecadar essas receitas mantendo a obrigação de zelar pelo monumento o que manifestamente não está ao alcance da empresa em questão, por muita criatividade contabilística que venha a praticar.

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FOTOS




Curioso




Escultura motorizada

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

DESMEMBRAR O PATRIMÓNIO

O governo de José Sócrates iniciou o desmembramento do Ministério da Cultura a começar pelos palácios e monumentos, isto apesar de ter sido um outro executivo do mesmo partido a dar forma a este ministério. Tudo começa pela reestruturação do ministério que, nas leis orgânicas dos institutos prevê que o IGESPAR, sucessor do actual IPPAR, fique sem a tutela dos Palácios Nacionais e de vários monumentos actualmente sob sua guarda.
Não é uma grande surpresa para os funcionários do sector, mas todos estão conscientes de que se trata de uma situação transitória, que levará à entrega da gestão destes serviços às autarquias locais ou a empresas com ou sem capitais privados. Neste pacote apetecível serão também “passados” os museus que não sejam Museus Nacionais, que como se sabe não geram receitas apreciáveis que possam garantir a sua manutenção e funcionamento.
Dito isto, importa realçar que o governo ainda não manifestou esta intenção, mas também a isso não foi obrigado no Parlamento, onde as oposições parecem perfeitamente distraídas.
Este artigo vem a propósito da notícia do Público de 12 de Fevereiro de 2007, com o título sugestivo “Palácio da Pena vai passar a ser gerido pela empresa Parques de Sintra”, que aliás ilustra o cenário atrás descrito. A notícia é interessante em diversos aspectos, pois por um lado ficou a saber-se que o IPPAR financiou o arranjo das coberturas do Palácio de Monserrate, na época à guarda dos Parques de Sintra, e que a integração do Palácio Nacional da Pena na dita empresa se explica (?) porque “Não se trata apenas de um problema de recursos financeiros, é uma questão de lógica de gestão cultural”, ou que “faz sentido, uma vez que tanto o parque como o palácio são uma realidade única”.
Todos sabem que o Parque da Pena faz parte integrante do Palácio Nacional da Pena e não o contrário e que é um monumento nacional, que já há alguns anos se rege por regras de ingresso diferentes dos restantes monumentos dependentes do IPPAR, praticando preços, descontos e gratuitidades também diferentes. Esta situação de excepção foi por diversas vezes explicada com o argumento de que a gestão de bilheteira era executada pela empresa Monte da Lua. Também é público que a dita estava praticamente falida em finais de 2005, embora agora tenha saldado as suas dívidas (também li no Público), no decurso de 2006, o que não deixa de ser notável, para não dizer muito estranho.
O que vai acontecer em breve ao Palácio da Pena (o Nacional já não se aplica) é o que se prepara pelos vistos para os restantes palácios e monumentos, com as adaptações devidas a cada região e às entidades julgadas capazes.
Assim se defende o Património em Portugal.

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Cabecinha pensadora!


Randy Bish, Pittsburgh, PA - the Tribune-Review

domingo, fevereiro 11, 2007

NEGÓCIOS DA CULTURA


Quando há meses disse que o comendador Berardo tinha feito um bom negócio com a sua colecção e com a criação dum museu no CCB, recebi algumas críticas de alguns amigos, que no essencial fizeram críticas ao meu gosto que, admito, não é o de um apreciador fervoroso da arte moderna e contemporânea. É evidente que conhecendo todos os apertos financeiros do Ministério da Cultura, e estando ciente das necessidades que os equipamentos culturais têm de manutenção e conservação, nomeadamente museus e monumentos, não via folga financeira para satisfazer as exigências do comendador.
Não conheço completamente o acordo entre o MC e o coleccionador, mas do que conheço não vejo qualquer retorno monetário para o Estado, e são conhecidos encargos anuais da sua parte e também a cedência do espaço expositivo.
Hoje já não é só a minha modesta opinião, de que Joe Berardo fez um óptimo negócio, pois já vi o mesmo comentário feito pelo Presidente da Fundação de Serralves, pessoa com conhecimento específico na matéria. Também é conhecida a opinião de Mega Ferreira, que não é propriamente um entusiasta deste acordo.
Joe Berardo é um homem de negócios, mas não é com toda a certeza um mecenas. No caso presente o Ministério da Cultura é o mecenas da Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea.

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Foto

Momento quente

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Cartoon


Larry Wright, Detroit, Michigan, The Detroit News,

sábado, fevereiro 10, 2007

A MINISTRA DESAJEITADA


A escolha de José Sócrates para dirigir o Ministério da Cultura é um dos casos mais decepcionantes dentro e fora do PS. Isabel Pires de Lima é o oposto daquilo que se pretende dum ministro da Cultura, em postura, no discurso, em sensibilidade e em planeamento e gestão de recursos. As suas tiradas e argumentos, do passado, esgotaram-se como se esgotaram os seus ideais dessa época, transformando-a numa pessoa detestada e ridicularizada nos meios culturais.
O tom de voz da ministra nos corredores do Palácio da Ajuda, as trapalhadas que comete, a insensibilidade com que anuncia benefícios económicos com a saída de funcionários para os quadros de supranumerários demonstram a falta de perfil para o desempenho desta função. Os anúncios repetidos de novos museus, são pura publicidade, em que o próprio governo é mestre, mas não escondem as dificuldades de funcionamento conhecidas de museus, palácios e monumentos, por falta de meios materiais e humanos.
O sector está à deriva, a motivação dos funcionários é nula e a senhora ministra desdobra-se em inaugurações e visitas, preferindo ignorar os problemas reais e urgentes do seu ministério.
A bem do Património e da Cultura sugiro-lhe que se demita, senhora ministra!



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Instantâneo

O afundar da Cultura


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Cartoon

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

RICOS POLUIDORES

Al Gore veio a Portugal tentar sensibilizar alguém para as consequências da poluição para o Planeta Terra. O motivo é nobre, o assunto é sério mas a plateia era maioritariamente composta por indivíduos que estavam mais preocupados em ser vistos do que em ouvir a mensagem. Como disse alguém aos jornalistas, poucos eram os que tinham visto o documentário de Al Gore.
Não sei quem terá pago a conta que, diz-se, terá rondado os 350.000 euros, mas estou certo de que haveria maneira de o rentabilizar melhor abrindo a conferência (ou lá o que lhe tenham chamado) ao público em geral, em vez de ser por convite a um público que tem a obrigação de estar bem informado pois tem acesso privilegiado à informação.
O mais curioso, foi ver a frota automóvel estacionada nas redondezas do Museu da Electricidade, e os modelitos envergados pela nata da nossa sociedade. Também não se ouviram reclamações pela falta de tradução simultânea, mas também quem é que ía admitir que não percebeu patavina do que o orador disse, e isso até nem era importante – estava lá tanta gente bem!

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La Alhambra (Granada). Fuente de los Leones
Autor:
Fecha: Siglo XIII-XVCaracterísticas:
Los doce leones en rueda que soportan la taza son reaprovechados y pertenecen al siglo XI. La taza se decora con un poema en el que se pone de manifiesto su significado, considerándose el agua como un don del sultán que se derrama sobre sus leales súbditos, los doce leones agazapados que se aprestan a defenderle.

Restauración del Patio de los leones de la Alhambra
El Patronato de la Alhambra y Generalife comenzará este martes el traslado de los leones de la fuente del monumento nazarí para su posterior restauración, en un proceso que, según las previsiones iniciales de ese organismo, se prolongará durante dos años.
El primero de los doce leones que componen la fuente que da nombre al famoso patio de la Alhambra, será retirado mañana, el resto se irán trasladando paulatinamente en los próximos días. Durante el proceso de restauración, que se realizará en los talleres de la Alhambra, y que se prevé se prolongue por unos dos años, no se colocará ninguna réplica para facilitar la rehabilitación del suministro hidráulico y de la taza de la fuente que sustentan los leones, informó la directora del Patronato de la Alhambra, María del Mar Villafranca.Según lo previsto, el proceso integral de intervención se realizará en tres fases, la primera de las cuales consistirá en la restauración de 11 de los 12 leones que sustentan la fuente, ya que uno de ellos ya fue restaurado hace poco tiempo. La segunda fase de la operación será la restauración de la taza de la fuente 'in situ' y la última la rehabilitación del circuito hidráulico, cuyo proyecto de intervención se está redactando.Quizás sea el patio de los Leones el lugar más conocido de la Alhambra. Su nombre procede de los doce leones surtidores de la fuente que ocupa el centro del patio, leones sobre los que descansa la gran taza de forma dodecagonal y que la rodean. Esta fuente, de mármol blanco, es una de las más importantes muestras de la escultura musulmana. A pesar de la restauración, el patio no será cerrado al público.


February 2, 2007Saturn's largest moon Titan is really living up to its name.
An image released today shows a huge swirling cloud roughly half the size of the United States over the moon's north pole. The formation—which is made up of ethane, methane, and other organic material—could be the source of
methane lakes spotted near the pole last summer.



New Brunswick, Canada (map), 1990Photograph by James P. Blair

In coastal New Brunswick, Canada, a legion of sandpipers begins the annual migration. Each year millions of migratory birds make similar journeys, flying thousands of miles in large groups. Along the way, many depend on U.S national wildlife refuges. These protected areas often serve birds as rest stops on their journey to their southern, winter range—and back again.


Cartoon

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

MANDA QUEM PODE

Ao ler o blogue do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa deparei com esta frase, a propósito da visita da ministra da Cultura à Biblioteca de Celorico de Basto da qual ele é patrono. A Câmara acordou a visita para dia 15 e MRS lá estará porque”manda quem pode e obedece quem deve” segundo as suas palavras.
Num jornal de hoje eis que dou de caras com um título parecido, do jornalista Pedro Rolo Duarte, “quem paga manda”. O assunto era diferente, começava pela “piada” do ministro da Economia sobre a mão-de-obra barata em Portugal, para a qual o ministro não contribuía pois os salários estavam na mão dos empresários (todos já desconfiávamos), e sobre a tomada de poder em muitas empresas por capitais estrangeiros, nomeadamente espanhóis.
Não são artigos sobre a mesma coisa mas têm em comum uma ideia de que “quem pode manda”, esta é a expressão que eu mais uso e que é cada vez mais verdadeira.
O poder económico está progressivamente a “ditar as suas leis” e o Estado que devia proteger os cidadãos redistribuindo a riqueza e regulando as condições de trabalho, enfraquece cada vez mais, subjugado aos interesses de “quem tem”.

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Eu sou do Fisco, o que tem a declarar?



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ARQUEOLOGIA



February 5, 2007—Three Indian explorers are giving amateurs a good name.
The fossil enthusiasts recently set out on an 18-hour hunt near the central city of Indore and ended up with more than a hundred dinosaur eggs (some of which are pictured above, apparently arranged for photographers), the Hindustan Times reported today (
India map).