quinta-feira, janeiro 04, 2007

SOBRE CULTURA

Entrada del Museo Guggenheim de Bilbao. (Foto: EFE)



O ano de 2006 foi bom no que respeita ao número de visitantes dos museus, palácios e monumentos nacionais, que registaram números interessantes e melhores resultados de bilheteira. Já se conhecem os números relativos aos museus e aguardam-se ainda os números finais dos palácios e monumentos que ainda não são públicos, embora já existam informalmente dados concretos de alguns serviços.
Na imprensa já foram divulgados números de museus de Espanha que mostram a importância que os nossos vizinhos dão à Cultura e os resultados dessa atitude.
Em Portugal as verbas destinadas à Cultura e ao Património são consideradas como despesas e em Espanha, por exemplo (porque há outros), são consideradas como investimento, não só na vertente turística com uma grande importância económica, mas também na sua afirmação como país e como identidade cultural de nível global.
Não há comparação possível entre estas duas realidades distintas mas podemos reflectir sobre os factos conhecidos e meditar. Por cá ficamos satisfeitos (?) com uma ou duas exposições com nível internacional, por ano, nos museus de referência e, aqui ao lado no Rainha Sofia, realizaram-se 18 exposições no último ano. A título de curiosidade, só o Museu Rainha Sofia teve em 2006 - 1.301.389 visitantes.
Um dos factores relevantes e que nos distingue dos nossos vizinhos, é sem dúvida alguma a relativamente baixa percentagem de visitantes nacionais ao contrário do que se passa em Espanha.
É indispensável que os governos encarem com seriedade a necessidade de investir na Cultura e no Património, que são sectores que têm potencial de atracção de turismo de qualidade e, consequentemente de receitas para outros ramos de actividade que disso podem beneficiar.


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3 comentários:

  1. Por desgraça, também na Espanha a cultura é considerada uma despesa muitas vezes.

    Há museus rendíveis (Guggenheim em Bilbau, o Rainha Sofia e o Pardo em Madri, a Cidade das Artes e das Ciências de Valência, etc...) mas há muitos museus menores que têm um custo enorme, um retorno escasso e uma relevância pequena mesmo dentro do Estado espanhol.

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  2. É verdade que em Espanha nem todos os museus têm os mesmos meios, mas também é uma realidade, que não encontramos no país vizinho museus em instalações degradadas, monumentos e igrejas em mau estado. Por cá temos museu nacionais que metem água (chuva) por exemplo o do Azulejo, monumentos sem obras de manutenção por exemplo o M. da Batalha isto só para mencionar alguns com relevância.
    Os grandes museus e monumentos espanhóis estão a servir de âncora a outros de menor dimensão que melhoraram nestes últimos dez ou quinze anos a olhos vistos, e falo do que tenho constatado anualmente. Por cá o processo tem sido inverso nos últimos cinco anos e a tendência (vão diminuir os apoios comunitários) é para um agravamento.

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  3. Os monumentos mais representativos e mais visitados de Portugal tiveram subidas do número de visitantes e terão atingido números melhores que no últimos cinco anos. Quanto à degradação, é melhor darem uma volta por aí e verão que os exemplos dados são apenas uma gota de água no oceano.

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