quinta-feira, agosto 31, 2006

NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Um destes dias enquanto me ocupava em tarefas de jardinagem, recomendadas a quem já passou o meio século de vida, ao mexer numa roseira questionei-me sobre os efeitos da infecção causada pelos espinhos de tão bonita planta. A reflexão era meramente académica já que o uso de luvas é também recomendado, mas isso não foi argumento de peso para parar o raciocínio.
Para começar, pensei eu, estamos em Portugal e a rosa é símbolo do partido político que está no governo, logo será o substrato mais atreito a infecções deste tipo. Aqui fez-se luz. Tudo parece então ter explicação.
As bichas para as consultas nos centros de saúde têm uma explicação, o povo está apenas a fugir ao isolamento e procura conviver com os seus vizinhos, começando estas amenas cavaqueiras durante a noite anterior ou pela madrugada do dia das consultas. Simples, não é?
Portugal é o país da UE onde existe a maior diferença de rendimentos de trabalho, por isso há que manter essa harmonia continuando a calcular os aumentos de vencimento na base das percentagens, evitando-se assim que os trabalhadores com mais baixos rendimentos se deslumbrem com aumentos a que não estão habituados. É elementar!
O país não conhece nenhum tipo de criminalidade, logo há que enviar a GNR e a PSP para missões no estrangeiro, alardeando a nossa segurança interna e a capacidade económica de Portugal. Ficaram cá ainda algumas forças de segurança, nós sabemos, porque há que garantir a integridade física dos futebolistas que chegam e partem do país, não vá o diabo tecê-las.
De repente fui interrompido pelo carteiro, que me perguntou se eu estava bem. Bolas, afinal o sol na moleirinha estava a fazer efeito. Da próxima vez prometo usar o chapéu...

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