sexta-feira, junho 09, 2006

MUSEUS PODEM FECHAR

As medidas anunciadas pelo governo, que apontam para a não renovação dos contratos do mercado social de emprego, POC’s e das aquisições de serviços, colocam em causa o regular funcionamento de museus, palácios e monumentos sob a alçada do Ministério da Cultura à medida que terminem os períodos de validade já acordados.
Numa breve ronda por alguns serviços dependentes do IPPAR ficámos a saber que o problema pode ocorrer já no mês de Julho, caso seja aplicada esta medida a trabalhadores que estão a terminar o primeiro ano de contrato, ou caso ainda haja uma renovação para os possíveis seis meses de prolongamento, será transferido para Novembro o inevitável problema de falta de pessoal.
Foi-nos transmitido que alguns directores estão a tentar transmitir algum optimismo para este Verão, mas a verdade é que ninguém está disposto a manifestar certezas sobre eventuais renovações. O caso é verdadeiramente preocupante pois estamos a falar do universo dos vigilantes-recepcionistas em que mais de 50% dos trabalhadores estão em situação precária e portanto abrangidos por esta resolução.
Este caso é um dos exemplos de cortes cegos para os quais já nos deram como resposta oficiosa que terá solução com recurso aos supranumerários. A resposta falha desde logo por ser tecnicamente inviável em tempo útil, e também porque este tipo de funções com os horários praticados e as remunerações existentes não terá certamente base de recrutamento no quadro de supranumerários.
Sempre dissemos que o recurso a pessoal com vínculo precário não era a solução para os problemas de falta de pessoal de vigilância dos museus, palácios e monumentos e que as medidas impostas pelo Ministério das Finanças apenas iriam agravar as coisas, os factos parecem dar-nos razão.
O s museus, palácios e monumentos podem fechar muito em breve, por falta de vigilantes e por manifesta falta de coragem do Ministério da Cultura.

4 comentários:

  1. Eu vi que há muita gente a trabalhar em museus, mas quando me disseram quantos ténicos-superiores tinham percebi logo porque é que há tão poucos guardas: é que não há dinheiro para tudo...

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  2. Segundo notícias ainda não confirmadas parece que em alguns serviços vão haver ainda renovações de contratos, esperamos confirmar esta informação muito em breve.

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  3. Confirme lá isso porque é exatamente na sua zona (centro do país) que ainda não há certezas, havendo pelo menos já um caso em que os trabalhadores foram desenganados pela direcção do serviço.

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  4. De facto houveram renovações em alguns serviços e sabemos que na região centro a coisa está preta, caberá aos directores dos serviços fazerem a devida pressão. Podemos desde já adivinhar que o colapso apenas foi transferido para o final deste ano... depois, a ver vamos.

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